Dois corpos pela manhã
Acariciam-se mecânicamente
Tentam dar ênfase ao que já acabou
Há algo combinado
Tão somente isso
Combinação de corpos em cama retangular
Almas ausentes
Aliança de um deles brilha
Duas cidades divididas por um rio
Dois nomes a este que lhes corta
Os velhos chamam de Rio das Lágrimas
Várias viúvas prantearam ali
Os novos o chamam de Rio das Piranhas
Pela noite mesmo no dia
Há felizes e fartas mulheres amantes de parcas moedas
Despedem-se na varanda
Como empresários que acabam de fechar um grande negócio
Distintos seres sozinhos
Gemendo a falta de razão
Impecilho real da dor metafísica.
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