Que a leitura te inspire.Que a vida te floresça.

Este é um caminho teu pra conhecimento nosso.Delicie-se!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E.F.R.Pdd

Tranquem a paisagem
Seja de passagem ou estática
Em Tatuapé,Tremembé,Região Serrana
Quero ver bem menos
Olhos dela ou estas mãos planetas
Seria o caso de pré análise
Ou ressentimento retirado com remédio tarja preta
Seja claro meu clamor
Mais não por ela
Por ela não mais
Nem tão pouco muito menos
Que por ela seja uma lembrança
Lembrança não dada em dor
Lembrança vaga neste perdido nada.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nomenclatura

Podem ser ditos
Tantos,variados,variantes
Nomes...
Pseudônimos,apelidos
Os outros...
Estes outros que procuram
Travestidos de santidade,piedade,molecagem infanto-juvenil
Rotular a discussão em seu discurso senil
Velho engodo maltrapilho,maltratado e gordo
Palavras de quem urra
Debilidades da alma pueril

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Escritores

Dúvidas pertinentes
Permanecem em casulos
Pé ante pé descreve alguém
Solução para poucos
Calabouços sutis
Cada escrito doente do notívago feliz
Preenche a página em branco
Letra por letra
Nasce o livro aprendiz
Registrado na folha branca
A história de Laurinda,Matilde e Geralda
Todas de mãos dadas
Resolução de pensamento do escritor que nada sabe
Sonha tão somente com moças que dizem:Sim

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Internacional

Deveria eu
Amar o invisível
Socorrer o amigo discretoEscrever palavras solúveis
Sorrir para crianças loiras
Encorajar novatos
Estudar a vizinhança ao lado
Pagar o vigia noturno
Oferecer café ao cego
Desmandar em empregados
Presentear o enteado
Devo ser o boneco sisudo
Com olhar lacrimejante e face rosada

Idade

Trinta anos nos separam
Haveria necessidade de tempo?
Número pequeno
30
Os pingos da chuva há como contá-los?
Ou há negritude proporcional de um tinteiro?
Trinta anos me diz ela
Trinta vezes mal digo esta dor
Rezo trinta vezes ao dia
Afastai de mim,Senhor
Entre todas elas há apenas para mim esta flor

Lincoln

Pinturas

O quadro que pinto
Tem dois corpos
Ambos nus
Rivalizam seus sexos
Lânguidamente liso,o dela
Mastro ao lado pretende aderir a esta lisura
Pinto corpos que desgarram-se
Transtorno não há
Degultem-se tão somente
Saciam-se ao observarem-se
Famintos estão,insaciáveis são.

Lincoln

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ambos

Dois corpos pela manhã
Acariciam-se mecânicamente
Tentam dar ênfase ao que já acabou
Há algo combinado
Tão somente isso
Combinação de corpos em cama retangular
Almas ausentes
Aliança de um deles brilha
Duas cidades divididas por um rio
Dois nomes a este que lhes corta
Os velhos chamam de Rio das Lágrimas
Várias viúvas prantearam ali
Os novos o chamam de Rio das Piranhas
Pela noite mesmo no dia
Há felizes e fartas mulheres amantes de parcas moedas
Despedem-se na varanda
Como empresários que acabam de fechar um grande negócio
Distintos seres sozinhos
Gemendo a falta de razão
Impecilho real da dor metafísica.

sábado, 8 de agosto de 2009

Férias

Caminhei pela praia
Como as ondas são tranquilas
Consegui comer salada no almoço
E beber socialmente o que já não acontecia
Bermuda,chinelos,regata tem sido uniforme
Agua de coco,sorvete de melancia e mulher
Negras,loiras,ruivas e índias
Com a boca cheia d'agua gozo de prazer sem ser tocado
Tenho escrito pouco
Falado muito
Ouvido o dobro
Feito o triplo de regime
Dias assim que terminam com rezas
Sou feliz e tenho certeza disso
Mesmo em dias frios
A diferença é que aprendi no litoral
A ser grato.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Por uma noite só

Entre seus peitos
Minha cabeça
Sem sussurros,soluços somente
Despedida na cama
Manha de gata,manhã ardente
Vimos o sol
Entre suas coxas
Dedos meus
A investigar cada parte de delgado corpo
Eu delegado ereto
Ao passeio da língua
Prazer
Olhos fechados,viagem completa
O seio
Amado,beijado,sugado,lambido
Roçado os bicos rosáceos
Barbicha ouriça a dama
Senhora de si,despojada na cama
Ri e cavalga
Cavalga e chora
Desperta a nua amazonas
O homem pitoresco em mim

terça-feira, 21 de julho de 2009

À Moda Antiga

Ando amando a morte
Ouvindo musicais e detestando folk
Trocando astrologia por Judaísmo Moderado
Procurando a escrita perfeita
Traçando metas enfeitando rumos
Comendo frutas e vegetais
Acariciando animais silvestres
Chacoalhando esqueleto,brochando com putas
Feias,bonitas ou travestidas de freiras
Conversando com psicólogo
Chateando o judeu quase amigo do litoral
Sentindo saudades do pastor gaúcho
Sorrindo da miséria
Rezando
Ando rezando pelo caminho sem fé
Rezo ao D'us não predestinador
Confesso pecados meus
Alegro-me no alívio teu
Ando chateado por andar ao lado.

Último

Ultimamente ninguém me quer
Raramente olham me
Seja homem oumulher
A inteligência que tenho
Afasta passageiros e motoristas
Olhei o pedreiro,a moça o dentista
De soslaio nada mais
Sabugo de milho em festa de Junho
Penerei amores e fiquei
Diria só
Mas me incomoda o fato
De sentir me incomodado
Por acompanhar-me simplesmente
Fase?
Procuro resposta desdecedo
Certodia ao sair da igreja
Imaginei estar sendo visto
Observado por alguém
Na infeliz idéia de olhar pra trás
Nemumcão ao menos havia
Fazem companhia aspalavras
São frias
Acho(achismo bobo talvez)que sempre amei
O inesperado a este amei
Alguém a dizer:Eu te amo
Mesmo assim calado
No entanto tenho por sinal um desfecho regrado
Bom senso audível e barato
Um tic taccerteiro,um latido,um atraso
Ponto de desilusão e uma omelete sem sal
Chá,leite e algo acirrado
Uma cisma,um torpor,uma dor,desajuste
Uma caneta esferográfica com raiva da vida
Escrevndo pra um mundo esquecido

domingo, 12 de julho de 2009

Roubo

Tenho visto ultimamente
Cabeças de seres em conflito
Tenho sentido palpitações subsequentes
Tenho tido sorte no amor
E achado valor no supérfluo
Tenho cantado afinado nestes últimos meses
Tenho usado roupas coloridas
Outro dia calça amarela
Tenho rezado
Meu hebraico quase esquecido
Tenho avistado por perto de casa
Um sujeito,um malandro,um qualquer
Que sem cerimônia,parcimônia ou dubiedade
Me convida pra tomar cerveja
Tenho sonhado com Elizeth
Que no seu canto
Emitindo notas agudas de soprano
Chora a miséria de me ver sonhando.

sábado, 4 de julho de 2009

Degustação

Provastes o gosto do sangue
Após a mordida dada na noite?
Provastes o encontro dos dentes
Famintos de afeto batendo nos outros?
Provastes a língua nada arredia
Pedindo carícias ao se esfregar em outra?
Provastes a conclusão insandecida
De estares na breve luta da vida
E esqueceres de tudo
Visto que o entrelaçar dos dedos pra ti é o nada
Provastes o mergulho nos braços amados de belos rapazes?
Provastes o encontro do Eu consigo?
Proves a língua de outra amada rapaz
Proves a saliva de outro,morda pescoços
Desgaste-se.

Flor do dia (Dani Vigado)

Completamente centrada em seu mundo paralelo
Caminha pelo mundo azul e amarelo
Junta beijos de amados
Desfila com estandarte mais alto
Um varal com coleções poéticas
É vista onde o ontem não pode alcançar
Revisita velhinhos,presenteia viúvas
Faz a vida bela
Sentada fica com taça sem suco

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dias

Só está Dinorá
Anglicana a prestar rezas
Pisa leve entre as nuvens
Poças d'agua pra alguns
Entre a Liberdade e Mooca,cavalga
Sem cavalo ou postura de amazonas
Sobe no ônibus
Escreveu pequeno poema em casa
"O peito do meu chileno chiava
Sustentou minhs pernas seu torso
Palavras nobres balbuciava
Com ele me acerto,meu repouso latino"
Fechou as cortinas vermelhas
Acendeu velas poucas gritou:"Próximo"

domingo, 14 de junho de 2009

Sabores

Gosto de queijo branco pela manhã
Bebo apenas chá de camomila
Penso na morte que degusto
Aquela erva que posso chamar de mato
Morreu por mim
Sem açúcar tomo-o
Sou cruel logo penso
Fiz quando criança
Recusei recitar poesia no dia das mães
Pintei de azul a barba do Papai Noel
Escondi o barbeador-presente de meu pai
Retirei dez livros e tres gibis na biblioteca da escola
E presentiei ao mendigo
Sou bondoso também fiz bife pra empregada
Dei sopa pro porteiro
Escrevi carta ao amante da vizinha
Pensei em mim
Sou um bem e um mal ambulante
Aprecio minha bondade com whisky vagabundo
Minha maldade brindo com vinho chileno.

sábado, 13 de junho de 2009

Jardins

Não compro mudas de jaboticabeira
Nem de açaí,muito menos de ypê
Ela fez um pequeno jardim
Tempos de flores,frutos e interesse por fauna
Carreguei meu amor nos braços
Com suave cheiro de maçã
Nossos banhos de ervas ainda lembro
Passaporte pro exagero
Éramos dois seres serenos
Hálito puro
Manhã veio em que pude contar as flores
E uma pequena muda ali faltava
Jardim esparso na saudade
Ela se foi pra Pasárgada.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Céus

Mais do mesmo
Sem o tropeço inconsequente do amor
Nunca sofri por sofrer
Sofri por querer
Calei a tempestade vazia
Tardia em ilusões mútuas
Trancos e barrancos
Arranco o I
Idiota é aquele que caminha
Ignorante é o desprezo do caminho.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Incompreensivelmente

Hoje eu acordei diferente
Parecia estar contente
Mas ainda um peso na mente
Querm sabe um repente
Eu via toda essa gente
Que com tantos dentes falam inconsequentemente
Impertinentes
Enlouqueci de repente
Haja políticos nesse Brasil
Indecente

Lincoln Lerner e Vinicius Fernando

Anjo

Se assim fosse o dia
Diria ao anjo:venha sem me confundir
Com ar de bom moço
Fala de padre em missa
Disse-me:Estás a pecar.Não tente esquecer!
Viva o hoje esperando um novo renascer
Tomou as asas caídas ao chão
Voou pra um céu virando a esquerda
Me falta uma certeza
Encontrarei a serei que tanto amei?
E que jurei ser minha princesa
Correto está
Ouvirei o anjo
De asas descoladas

Lincoln Lerner e Vinícius Fernando

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Despedida

Revejo conceitos pela janela
É ela
Auxiliadora incansável
Me delicio naquela cantinho
Por vezes divido,raros são tais momentos
Por ela vejo
Trabalhadores voltando pra casa
Mães sonolentas com filhos nos braços
Namoricos adolescentes com seus muitos ciúmes
Declarações de amor e ódio
Mas é ele que através dela espero
A despedida dele
Astro rei volte amanhã
Te esperarei na correira do dia
Piscarei pra ti
Enquanto outros se desentendem pela margarina amarela
Na minha janela nada encantada
Espero o rei que se despede colorido

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ângulo

Entre portas e janelas
Quero a vida sempre bela
No roer das unhas
Ou na explanação de idéias
Vem a doença da alma
Cura encontro aqui
Sendo um pouco mais
Além do eu(de mim)
Vá o mal na enxurrada triste
És belo meu recanto
Simplicidade amiga minha
Radicalismo por pai tenho
Teu sexo meu abrigo.

sábado, 9 de maio de 2009

Carnaval a Dois ( Lucas Baesso e Aline)

No embalo do tamborim
Reiniciou o amor por ti
Deveras cuidei de ti em sonhos
Arfante em meio a mulatas e amantes
Pousaram meus olhos nos teus
Repousou minh'alma em teus loiros pêlos
Viro e reviro a história de ontem
Me encontro somente ao teu lado
Passado pode não ser pesaroso
Entretanto tu és meu presente
Conforto.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Alvorecer

Entendo pouco histórias românticas
O acordar lado a lado
Sorriso pela manhã forçado
Declaração em baixo volume
Incólume protesto
Frente e verso de músicas melosas
Didática revista em monossílabas medonhas
Fraudulento ardor
Reitero me é difícil entender
Línguas,laços,apertos e abraços
Vejo a realidade
Visibilidade contextualizada no ato
Percebo a delícia do encontro
O calor frequente
A saliva escorrendo por pernas,busto e pescoço
Toda vida esquecida no gozo
O amanhecer continua sendo estranho.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Judeu(Judaísmo)

O amor que sinto
Necessita pouco de roteiro
Dispensa segmento,planejamento ou combustível
Tem por si direcionamento
Alimenta sonho em passarela
Mete as mãos em sacola
Redescobre mundo meu
Passarinho passará pela janela
Óleo em tela
Há figurantes ali
O amor que me tem
Esta sem melodia,estréia dia a dia
Beija moços nas muitas praças
Carrega mulheres ao leito
Livre instinto regrado
Alisa o ego negativamente seu.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Strottmann,B.

Descompliquei a paixão,ficou a sorte
Desnorteado no sótão,sobrou o corte
Bebi da flor rompeu palavrório torpe
Nunca mais Bibiana rimei o amor
Ibope

domingo, 12 de abril de 2009

Descrição

Descrevo deserto como parte minha
Vida
Destruo fotos antigas
Receio ser o mal bem visto
Tento lembrar dos momentos de alegria
Mas tudo que vejo é simples casa vazia
Fantasma distraído caminha
Entre vasos,portas e cortinas
Tudo ninharia
Desço a ladeira do Desperdício
Bahia me salvaria
Salvará o alento,Deus
Remelexo teu,suor nosso,complexo meu

Lincoln Lerner Schwartzman e Vinicius Fernando

terça-feira, 31 de março de 2009

Puritano

Bonzinho,sensato,cordial
Quero a puta que te pariu
Puta rasgada com estilete enferrujado
Sangra a alma um sangue negro
Desbotado vermelho da saia
O correto privilégio decadente
Quero grito quero verve
Fervilhando o cérebro
Tomas no cú?
Copo quadrado,triângulo de vidro
Minha pirâmide equilibrada
Tomo o assento,bebo o leite
Soja quero,carne desprezo
Bondade que se foda
Quero soda,solda serei cáustico
Acidulante,corante,cafeína
Sobra cocaína no morro
Na cozinha a química cara
Passageiro do vôo 234
Cadeira 69
Beijando o comandante

terça-feira, 24 de março de 2009

Falta

Tô precisando de um beijo
Do abraço mal dado as escondidas
De um sorriso furtivo
Tô carregando a dor do crescimento
Vivendo o hoje com saudades do ontem
O manhã bate a porta peculiarmente
Me sinto só
Solidão dos mal amados
Pouco importa a solução alheia
Entro em buracos,pulo janelas
Ladrão me chamou o defunto
Romântico a amante detalhou-me
Limitaram-me ou limito-me?
Paralelepípedo azul
Rosa é a blusa dela
Camélia seu nome Maria a chamo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mel

Rir do vento
Ousadia satisfaz
Dor acima do dedo
Retorce o ventre infértil
Infantis palavras escritas em papel de pão
Ousou dar-lhe atrás da bananeira
Doce-mamão,doce de leite mole
Docinho-abacaxi e balas-coco
Suado mulato esforça-se e muito
Exercício Santo
Os doces são teus
Ela rebola contente
O melhor do seu mel é ofertado

quarta-feira, 11 de março de 2009

Eduardo

É o pouco do tonto deixado pra trás
A barreira circular da vivência
O quadrante,o espaço,o contínuo,o veloz
A matéria inorgânica,massa bruta
Sentindo frio
Sede de sangue descarga de nós
Melodia mansa
Faz a dança
Nas mãos dadas sem rigor
Alcança o topo,coração sonso
Debulha,debate,entristece o rancor
Sois vós ladino concomitante
Resgate do humor

quinta-feira, 5 de março de 2009

Africans,Arabians

Invertida a história
Confirma a paz elevada
Tez escura sorriso sagaz
Envolve o pano no ventre vazio
Mistura o aconchego e luxúria
Lustra o sapato de sinhô
Canto àrabe voz grave
Negra reprimindo a dor
Confia,suplica,insiste
Oração infindável voraz
Lembrança do amor deixado
Muçulmana reza na foz

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Meus mares

Avanço de encontro ao perigo
Constante é o navegar
Por águas salgadas e doces
Acho bem vindo o mal estar
Carrego nas mãos,costas e pés
O perfeito modo de ser
Perfeição medida por anos de erros
Conseguida por méritos impróprios
Mas válidos
Questiono a dúvida incluo a dívida
Para com mortos e vivos
Consigo num instante
A planície querida

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Guilherme

Te admirei
Por sempre querer
Hoje vejo
Tu
Anterior a isso via espelho
Avistava futuro
Igualando-me
Pior erro em teu reflexo via-me
Linhas iguais
Torto retrato de nós
Opacos sentidos,distorção
Aprendo com minha imagem
Há de faltar o brilho das manhãs visitantes
O infinito auxilia-me alçar vôo
Livre de teus vícios malditos
Cantar,jogar,ferir
Fôra amante terna
Lembrança cega!

Eduardo Custódio e Lincoln Lerner Schwartzman

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Babel

Doce são as pétalas que hoje provo
Paisagem apreciada vista ao longe
Gosto do gosto seu
Encontro de nossos lábios
Beijos que pouco provei
Na beirada do riacho àguas parcas se tornam mel
Babel em torre línguas trocadas
Fizeste me bem
Duas margens a se encontrarem
Imploro me dê outra vez
Esse algo tão prestigioso
Vício sedutor
Telefone esta no gancho
Aqui dentro uma dor
Uma dor,uma dor,uma dor


Eduardo Custódio e Lincoln Lerner Schwartzman

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Natureza

Nada existe
O filósofo afirmou
Nada resiste
O sociólogo retrucou
Nada consiste
A professora gritou
Nada contribui pra beleza que vejo
Ela é sozinha
Sua beleza disponta na solidão
Rainha no mundo
Sociedade aplaude uns poucos resmungam
E é ela continua
Realmente a vida é bela


Eduardo Custódio e Lincoln Lerner Schwartzman

Nascente

Escrever ao menos algumas palavras
Entre folhas de papel
E lençóis de àgua doce
Faço com maestria
Colocar no papel os sentimentos que trago
Complica-me a vida
Falante feito feirante
Diplomata bege em Bagdá
Aiatolá do amor
Oferecerei uma flor
De cor roxa ou lilás
As cores capitam o meu ideal
As horas transmitem o meu caminhar
E faço isso pensando nela
Ela que és tu
E hoje faz um novo homem nascer em mim

Luiz Fernando

Foi num ponto de ônibus
De pé e reto
Magro demais,olhos lacrimejantes e uma falta de paz
Turbulentos pensamentos,gritantes diria eu
Viajante de primeira classe
Contrário a reinante falta de assunto
Tamborilou um samba autêntico e criticou o país
Dos pais esqueceu a namorada beijou num sábado qualquer
Ele pede...alguém ouve
Ninguém atende
Permissão pra andar,apoio pra sair,reprise no jantar
Colore a matriz.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cantiga

Traquinagens,tramelas,tramóias
Curvatura do sentido literal
Palavras distorcendo o amanhã
Gente bela galgando próximo itém
Interessante arremesso de planos
Fuga da mesquinhez adquirida
O final da paranóia sempre é
Um All Star preto na estante

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Abertura

Entre portas e janelas
Quero a vida sempre bela
No roer das unhas
Ou na explanação de idéias
Vem a doença da alma
Cura encontro aqui
Estando um pouco
Além do eu
Fazendo um pouco mais de nós
Que o mal
Vá na enxurrada triste
Pois o belo é meu recanto
Simplicidade minha amiga
Conforto meu pai
Lábios teus refúgio.

Vivendo

Ótimo seria escrever sobre minha vida
Dando a ela ares de graça
Daquilo que quero e sei
Valeria a pena sorrir
Conheço o correto
Ela passa radiante,eu continuo sentado
Toma rumo ignorado.Eu absorto
Escrevo-a tão vagararosamente
Ela a correr
Não é fuga
Simplesmente precipita os passos
Por vergonha de esquecer o caminho.


Eduardo Custódio e Lincoln Lerner Schwartzman

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Festa

Em uma festa de classe alta
Socialites repuxadas e anfitrião sorridente
Tudo colado alegria e roupas
Sem préstimo algum,compareci
Festival de plumas e paetês
Desfile de alta costura,maquiagem extravagante
Moças altas com pés grandes
O luxo pode estar além mar
Depois daquela lagoa tem uma vila
Vila de pescadores disseram alguns
Na vinda pra esta festa
Pouco requintada
Vi famílias simples e belas
Consistia na verdade a tal beleza
Nunca fui admirador da falta de rendimentos
Problemático sorrir quando falta o pão
Mas ali...
Naquela vila havia contentamento
Diferentemente de acomodação
Vi uma jovem que lia pra seus filhos ou irmãos
Três guris negros um livro pequeno
De relance vi que era O coelho pensante
E na festa cheias de galanteios vazios
Homens e mulheres falando da novela x e y
Noite de aprendizado
Vestido não faz a pele

Cinza

Sensibilizo-me pouco com dores alheias
Seja doença,pobreza ou males do amor
Isso me dá em dias cinzentos
Nesses dias paciência escorre
Por póros suados de menos
O ar insistente que indeciso
Fica entre frio e calor
Dias acinzentados são assim
Morbidez e acalanto
Preciso de abraço e detesto conversa fácil
Quero ouvir falar de Sergei Rachmaninov
As 10:15 da manhã
No almoço vou pedir almondegas de soja ao molho madeira
Cerveja preta e aipim
Na tarde quase chuvosa uma biografia
De Lispector,Elizabeth Bishop ou Chico Picadinho
Saltar
Preciso pular de um a outro pensamento
Entendo os alemães e suecos
No inverno desaparecem
Difícil reve-los no verão

Vago

Vivo pensando...
Roda redonda,
Vida imensa,
Papel crepom.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Seria...

Paralisado feito um bobo na sua frente
Um tolo parado a toa
Quieto ouvindo você
Seus umedecidos lábios trêmulos
Beleza igual jamais vi
Amor complexo amor
Em dor não acredito
Paixão já descartei,seria o ardor?
Este certo alguém despertou a raridade
Um sentimento sem descrição
Luz intensa raio de sol
Meus versos ficam fracos
As palavras confundem
Saberei dizer no dia exato
Entrega completa
Exaspero a chegada
Mais versos sem rimas


Eduardo Custódio e Lincoln Lerner

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Estrada,Esteio,Homem

Eis aqui um homem
Que seu caminho procura
Seu nome proclamo
Suas memórias serão minhas
Choro por alegria
Sua estrada agora sou eu
Reflexo estranho
Não posso ser o que fui
Nem encontro respostas pra hoje
Admiro os acomodados
A despreocupação deles invejável é
Discutem pouco,admiram menos,aplaudem ninguém
São felizes na ignorância
Admitem a fraqueza sem rótulo de sabedoria
Alcançarei a bendita falta
Bem aventurada desconvicção
Afligirei minh'alma a ponto da desordem ser imensa
E na instalação do caos
Fecharei os olhos e cantarei feliz

Eduardo Custódio e Lincoln Lerner

Círculo

O mundo é redondo
Entao para que caminhas?
Tu ja andou em um circulo?
Uma esfera só começa
E o início é seu fim
O recomeço é a paz encontrada
O sonho almejado
Paro pouco apenas para fortaleçar-me
Respirar o ar que é você
Eu caminho e te convido
Vens comigo?
Aceitas a partida?
Ali logo ali aquela proximidade mineira
Só ou acompanhado
No final há recomeço

Eduardo Custódio e Lincoln Lerner

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dias Sim

Rabisco o sol no chão da calçada
Chuva tinge de cinza meu dia blue
Corto o doce e deixo na pia
Corro de medo me recolho na brisa
União estável e diabetes
A dor maldita, maldita
Pueris palavras contradizem o senso
Incenso aceso me traz a relíquia esperada
O elo entre belo e honesto
Sincero comigo mesmo
Disfarço meus vícios
Me acabo entre ruas,esquinas,copos e nicotina
Vida besta,vida fácil
Mais cerveja...
Tim tim meu ego agradece


Maurício Bettini e Lincoln Lerner

Lar

Olhou pela janela
Carros pequeninos vão de um a outro lado
Um barulho indeciso vem de lá debaixo
Rosnar do basset chama pouca atenção
Lembra-se quando ele chegou
Bonito,necessitado dela
Dentro de um tempo engordou,cresceu
E pedia sempre mais
Mais àgua,mais ração
Lhe dava um nada por resposta
Um rabo abanando no ar
Pelo alimento sabia ela
Moravam juntos apenas
Ele ali,ela lá
Dois que não formam um
Late ela rosna ele
Terminou na calçada um corpo magro
Uma mulher que deixou de ouvir o rosnar
A mulher que exige o decifrar dos sons
Ao abanar o rabo o cão recebe o síndico

Bra-sil

Terra vermelha contrastando com linhas azuis
O céu deste lugar alaranja-se
Um povo de amarelo
Se delicia no verde de suas matas
Tesouro imaterial aqui se encontra
Índios descobertos de pudores falsos
Simplicidade conquistada com louvor
Paz esquecida na chegada de forasteiros
Denominou-se uma hierarquia falsa
Palavras jogadas
Entrementes de homens sujos
Lama despurificou-nos
Denominaram a terra Brasil
Destronaram a decência
Instalou-se a fanfarra de surdos músicos

Eduardo Custódio e Lincoln Lerner

domingo, 18 de janeiro de 2009

Moça

Pediu ao porteiro pra chamar-lhe um táxi
Tom de voz surpreendente
Sem declarar qualquer emoção
Contida,entre os vizinhos passa
Suave bom dia
Pouco invasiva nada invisível
Fora assim os seis meses primeiros
Moça jovem adiantada em idade e emoção
Não lhe contava nem os 30 anos
Numa noite de chuva
Uma briga se instalou no apartamento 303
Em trinta minutos de discussão sem pausa
Um casamento ruiu
Malas jogadas escada abaixo
Impropérios pela janela
Pela manhã a jovem reaparece
Seu traje elegante
Saia secretária preta,camisa de seda vinho sapatos escuros
Leve maquiagem e semi sorriso bondoso
Antes de deixar o elevador
Olhou pros demais condominos entristecidos por ela
Lhes disse com candidez professoral:
Antes de ser de outrem sou de mim,e a mim reverencio
Aplausos ouviu-se naquele prédio então.

Histórias

Lembra-te
No final desta reta
Há um país destruído
Ponte agudo são os bigodes
Dos homens de lá
As mulherem murmuram
Mal se sabe se são pragas,delíros ou martírios
Murmuram
Tropeços de rapazes magros
Magros e sérios
Pele escura,olhos claros é a velha na janela
O horizonte vai além daquela linha transversal;diz ela
Caminha o menino
Com a velha nas costas

Livre

Meu coração ja não bate
Serve-me como prisão
Debate-se querendo liberdade
Algo intenso guardado pra ti
Querendo tu um dia ouvir
Abrace-me e esta cela se abrira
De meus lábios ouvirás não comumente
Eu te amo

Eduardo Custódio e Lincoln Lerner

sábado, 17 de janeiro de 2009

Musicando

O silêncio despertou certa dor
Certo grito,angústia cara ao ser brilhante
Preferência nas palavras simples
Tradução de um bem estar
Conquista tardia na despedida certeira
Concílio de diplomatas
Dama versus plebeu nórdico
Sangue gélido correndo nas veias negras
Vou leva-la,lavar a maçã no escuro
Trancafia-la,imagens recônditas
Referi a nós
Esqueço que existe apenas eu
Apenas eu sobrou de nós
apenas eu,um eu com total presença de vc,fiquei com a essência,o tesão,a tara,não posso mais levar-te o café na cama,nem sentí-la como minha dama,apenas escorre e flutua sobre minhas lágrimas,esta em meus sonhos,minhas alucinações,nos meus porres,na minha insônia,em tudo,de nós sobrou apenas esse Eu,um eu sem alma,onde a alma deste eu por outra foi habitada...

Lincoln Lerner Schwartzman e Zelito Lopes

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Descaminhos

Desertei deste amor
Um exercício ultrapassado me exiges
Provas de paixão,assaltos de alegria
Pão amanhecido com sabor delicado das manhãs
Pedes?
Poderia eu satisfazer teu ego faminto?
Perguntas apenas
Quero a delícia da frase exclamativa
Sentir o doce hálito de hortelã
Numa tarde de sol ou chuva
Intempéries destemperando o sentimento
Cansativos verbos utilizados
Deserção obtenho
Soldado combalido com honra ao mérito
Venci a guerra quando atravessei a porta

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Corpos

A flexibilidade de corpos ardentes
Influencia meu estado de humor
Ultrapassa a fronteira da mesmice
Corrige o flagelo do amor
Enriquece o peito estufado
Ego na palma da mão
Fulmina os pássaros com uma baforada
Licor das loucas mardugadas
Morte solução deixou de ser
Junção de mundos
Irrealidade dando mãos ao desespero

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Luzes

Entendes quando digo:Há luzes densas!
Parece um bem pela manhã
Castiga os transeuntes no meio do dia
Deixa saudades ao anoitecer
Recomeça devagar e constante
Violenta a carne
Escorrega pelas cortinas
Invade a sala de forma imperial
Luz densa cópia da glória

Amigos

Me perguntas:Onde te feri?
A resposta latente
Em teus olhos enganadores
Escuros olhos falsa sombra
Enoja-me esta sedução barata
O jogo que fazes,desregrado
Desmotivado jogo contigo
Pude um dia crer
Convém a ti
Clarificou a viela onde estava eu
Teus aplausos meu brilho ofusca
Crer em ti,um dia eu
Aceitar a ti,lamento meu
Algo além esperei
Oferecer não podes limitada és
Meus pesâmes a ti dou
És defunto sem cor
Lavo minhas mãos com lágrimas nossas.

sábado, 10 de janeiro de 2009

União

Soube dizer ao espelho
Recado dado as avessas
Orgulho no chão
Implorou alguns segundos
Engoliu as palavras ofensivas
Reconciliação previa
Antes do ocorrido
Um céu colorido e flautas
Um outro alguém cruzou o caminho
Violaram o ego de um homem
Violaram o destino do casal
Despediu o bem amado
Odiou o destino prestigiou o mal