Que a leitura te inspire.Que a vida te floresça.

Este é um caminho teu pra conhecimento nosso.Delicie-se!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mais do Mesmo

Caneta e papel
Desse modo faço
Impresso minha alma emfolha
Fotografo a àurea com tinta
Escrevo os sentidos
Na ponta dos dedos estão
Tramei escrever-te
Transferir tua beleza em minha escrita
Distinta talvez
Uma trama correta
Dizer-lhe em carta o que se passa
Apenas tocar-lhe sem queixas
Beijar-te sem erros
Em um futuro próximo,quem sabe?
Ouvir de ti...Amo-te

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Paz

Domingo em casa
Campainha toca,enquanto a tv
Santa tv
Estavas bela em seu vestido de seda
Colares a enfeitar
Tudo o mais tornou-se menos
Poderíamos nós raiarmos o dia neste instante
Te pego pela mão
Sou teu nesses segundos reinantes
Opacidade lá fora
Aqui tamborins,harpas,violoncelos e cores
Perfeita ocasião pra um casamento
Aceitaste animosamente
Num domingo de sol,só eu estava
Por padrinhos desta união
Panelas,fogão e jarra
Num domingo de sol

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Leitura

Leio obtuários antes do dejejum
Leio a Torá antes da musculação
Leio best-seler's massificados pela tv
Leio anúncios de objetos inúteis
Leio poesias fantasmagóricas de Ferreira Gullar
Leio as belas Martha Medeiros e Marina Colassanti
Leio e obtenho perturbação na alma
Leio traquinagens políticas
Leio e durmo
Aprendo com sonhos

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Casando

Acordou querendo continuar a dormir
Bocejou infeliz
Viu as horas no belo relógio de parede
Imitação de ouro e diamantes
Made in China como sempre
Desfez a praga pronta na ponta da língua
Não sorriu,não gemeu
Agradeceu em voz baixa
Sim,houve tempo agradável
Apenas agradecimento hoje
Nada mais,nada trás
Nada além,nada faz
Ela saiu de carro atrasada
Ele ficou a contar os pingos de café
Casamento feliz?
Cafeteira elétrica

Íris

Pulei túmulos pela manhã
Recolhi roupas ao cair da tarde
Ensaboei teu corpo em noite fria
Cantei madrugada adentro
Minha camisa tem cheiro de sol
Um perfume amarelo
Meus sapatos novos desgastam-se lentamente
Nestas ruas cítricas
O tempo é um instante reprovável
Estes cigarros exigem serem tragados
Estrago da vida é o conselho letrado

Línguas

Es war nicht meine schuld
Em som estridente,grita
É sempre assim
Lembra-se da origem germânica
Toda vez que a ira lhe toma
Ouço impaciente
Em bom português digo
Não fosse teu gênio ainda estaríamos lá
Was ist das?
Ich warte noch auf...
Messer?gabel?Quittung?
Nein,nein
Armou uma gigantesca briga
Me chamou de condescendete com a simpática garçonete negra
Moça sorridente,atraente também
Eu olho aquela moça descabelada
Gritando impropérios ao vento
Olhos raivosos azuis-violeta
Aproximo dela meus braços negros
E falo num alemão sorrateiro
Sollen wir spazieren gehen?
Das wetter ist furchtbar
Alemanha e Brasil
Ela e eu

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Suor


Um corpo estendido na cama
Respira tranquilamente de olhos fechados
Nos lábios um sorriso desenhado
As pernas longas parecem dançar
Entre lençóis
Chego devagar e beijo seu pequeno umbigo
Saliva e suor combinam de tal modo
Vou ao seu sexo
Lábios em conversas tranversais
Travam discurso sobre o prazer
Pretendem levar a cabo toda a conversação
Ouço longo gemido
Sem pensar entro nestes lábios
Com força e desejo
Mais gemidos e gozos
Nos entendemos sempre quando conversamos assim

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Frascos


Trafico em frascos
Levo a quem me pede
Ofereço aos que desconhecem
Olfato é porta de entrada
Uma vez experimentado
Mudança se faz
Este labor dá orgulho
Sem vergonha alguma
Importa a mim divulgar
Droga de vida se torna
Sem este
Utilizo igualmente
Oferecerei a ti
Lambuze-se deste entorpecente
Afaste os paradigmas de ontem
Trago o amor em gotas
Embalado com segurança e abraço
Cheire-o
Repelente da dor e cansaço
Sinta a mudança,toque o acaso

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Equilibrando


É este chão que me faz poeta
Esse rio que flui em mim
No trapézio dos sentimentos
Agarro firme
Praticando as ações competitivas
Incógnitas respostas aprendo
Arrepio nas costas largas
Lago,escudo do amor
Áridez esquecida
Envolvido na travessia de si
Clemente aos passantes
Só um uivo
Só o vento
Só a vivência lhe traz decência
Requerida,desejada,acabrunhada
Ao menos uma vez,só

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Definição


Difícil guardar lembrança
Tudo rápido e definitivo
Meias palavras em copo cheio de pudor
Rancor de vidas atrás e tudo o mais
Possível semelhança
Déja vu além mar
Quieta num canto após despejo de ódio
Gotejar inconsequente na cabeça inocente
Menor distinção,menor regozijo
Fim de linha,final de história
Acreditou...
Assombrou-se ao ouvir a porta bater
Apenas a sombra de uma silhueta esguia
Distancia-se à passos largos

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bruxaria


Indignada com a injustiça
Bota as mãos nas cadeiras e levanta a sobrancelha esquerda
Marcha contra a batalha
Ri da avalanche às avessas
Faz sua comida natural e bebe àgua
Suco de vida,insiste em repetir
Fumega o caldeirão querido
Batata,cenoura,berinjela e abóbora
Colore a vida dessa maneira
Levanta as mãos e agradece
Move os lábios devagar em oração
Elegante e sincera ela sorri
Sua poção me envenenou
Morri ontem
Renasci nessa manhã
Bruxa naturalista,apaixonei-me por esta.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Madrugada


Acorda as 4:30 procurando sonhos inacabados
Rola pela cama
Pensamentos não lhe sustém
Madeira,colchão de espuma,lençol,edredom e vazio
Vazio que ocupa o peito
Fora transformado em vaselina e prazer
Prazer regrado
Contado com todos seus segredos
Dizeres simples jogados pela janela
Triturados nos compressores modernos
Fatia de pão,fatia de sol,fatia de dor
Em porções pequenas são entregues os comprimidos
Antítese da matéria prima
Ele acorda as 4:30 procurando sonhos inacabados
Inacabados sonhos,sonhos e fim...

Banquete


Se fez assim
Chegou solitária cantando um blues
Saia comprida hippie oitentista
Cabelo curto qual francesa
Um olhar de Marlene Dietrich
E voz grave idêntica
Pele morena como areia de praia
Charme e carisma de mãos dadas e saia arrastada
Sem um estilo aparente
Apego nenhum a qualquer modismo
Se faz companhia querida
Amizade antiga
Namoro amigas certas uma paixão correta

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Exagerados


Levo tudo no exagero
Na ganância e na ansia do agora imediato
Palco com vilipêndio do grupo dos bairristas
mais treino
dedicação
munição e tiros no alvo móvel
cara lavada e nariz de palhaço, somos todos
levo nas costas a cobrança de resultados
e foi assim por toda a vida
ferida em cima de ferida
Acordei infeliz e perguntei ao relógio
Qual o horário exato de ser ?
Me respondeu com tic tac.
Tac tic esperei
Nada veio
trago amor de mão dadas a dor
deixo a rebeldia a esmo de lado e curto o barato
Nada é... o presente nunca está perfeito.
O passado assombra o futuro caio na desgraça alheia
tudo bem
me viro como que cabe
sonhar demais é mesmo vida pobre
mergulho no fundo sem ar
arisco na curva a mais de 200 por hora
Me cubro de orgulho dessa estrada.
Minha estrada
Espero recompensa vinda do céu
Céu dentro de mim
Dias ensolarados faço,nuvens de tempestade também
sera que preciso repetir sempre a historia pra tentar fazer sentido
as vezes morro de rir no segundo seguinte penso em suicidio
A janela do décimo andar me chama
vivo com a impressão que isso nao vai passar
da pra rir e pra chorar?
Choro não da vitimização consciente
A lamúria persegue os lutadores
sorriso é vitrine dos contentes
Enfrento gigantes mas não nocauteio a tristeza
mascara do universo interior
de hoje em diante minha lei
sera que consigo obedecer
de hoje em diante a lei
proibido sofrer

Maurício Bettini e Lincoln

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Liberdade


Substituo a paixão antiga
Não a afogo em copo algum
Minha alegria a espanta
Deixo-a deprimida com o tilintar de chaves
Entro e saio sem dar-lhe satisfação
Penso em espanca-la com sorrisos
Deixo a solta pra outro coração.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Janela


Uma nuvem escura pairou
Traduzi um poema irlândes esquecido
Acima da janela contínua densidade
Apreensão ao declamar em teus ouvidos
Chorei num canto ao longe
Mágoa e dor se encontram
Em meio ao sonho outros eus e eles
Reagi compassivo
Decido ser o dançarino de terno escuro
Apago as velas,ouço um fado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Desembaçamento


Repaginei a história
Esta terá final feliz
Passei a tarde a desembaçar um espelho velho
A cada centímetro limpo
Sensação de liberdade me tomava
Ordenei a mudança de seres que habitavam
Minha casa,minhas roupas e esperança
Antes de qualquer resposta cruzei a porta
O medo me esperava na esquina
Encarei-o e desviei
Meu caminho é diferenciado
Explico as vezes e convenço depois
Incongruente nas adversidades bandidas
Diversidade bem vinda
Pluralidade na felicidade outrora cartesiana
Chorei rios,lagos e mares
Maquinei a derrota e hoje vivo a recompensa da ousadia.

Palavras



As palavras vem e vão com facilidade incomparável
Confortam e desfazem-se na sinceridade do sorriso
Acompanham até as portas do paraíso
E nos deixa livres pra nele entrarmos sós
As palavras não nos rouba o êxtase
Se propõe a serem coadjuvantes do espetáculo
Seu clímax é esse
Ver-nos gemer sem pudor diante do embaraço do prazer
Apenas sussuros e ardores aceitos
Sons dispersos
Viajem as palavras dentro de mim
Passagem gratuita e nada forjada
Letras e paixões palavras cantadas

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Fama


Consolidação de um sucesso repentino
Ouço platéia desvairada
Me viro devagar procurando
Entre fios loiros,ruivos e azuis
Procuro os fios afros de minha encantada
Seria encantadora?
Desajeitado em cima do palco
Equilíbrio tomou rumo ignorado
Preferência pra sobriedade acompanhado
Trajeto mal feito enfim
Retiro maquiagem e reconheço pouco meus olhos
De quem é este nariz?
Essa boca beijará quem além dela?
Cacos e assaltos refinamento sobressaltado
Um feito objetivamente deixado pra trás
Satisfação nela e pra ela
Aplausos me afanam mas só Marisa me acalma

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Orações


De quando em quando faço orações
Nem sempre aprecio idas a missas
Mas gosto de sermões dominicais
O cheiro de velas me repele
Mas a mística do homem de Jerusalém
Traz fascínio aos meus olhos tempestuosos
Acordo assim sempre
Uma fé reavivada e me prosto em leituras bíblicas
A revolução de um homem em paz
A evolução de homens comuns ao ouvirem as palavras deste sábio
Determinação no caminho novo
Busca por um céu que pode azul não ser
Sermões sérios denotando compromisso
Imposição deixada de lado
Amor as regras território da plenitude
A finitude carrega consolo
E neste momento choro
Há de ter fim tardes de dor
Feridas de rancor,marasmo
Acendo velas em agradecimento minha oração perfeita.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Aplausos


Explicação rápida
Cada dia mais livre da paixão que cerceia
Aquela limitadora e intrusa
Quase assassina
Respiração que se vai
Palpitações que vem
Realidade minha alegria ao lado teu
Em afirmações ficas rouca
Teu olhar perdido de timidez é minha loucura
Tentativas de ser a mulher perfeita
Enrosca-se toda mas não trapaceia
Espectador deste espetáculo
Aplausos sinceros
Cena por cena não perco nenhuma
Parabenizo a atuação de ti minha dama
Faça-se minha partilhemos a trama.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Três


Conclui mais uma vez
Será possível nos entendermos
Sem a intervenção de outrem?
Perdôo traições,subjugo frustrações
Dedico-lhe páginas inteiras
Mas quero promessa
Exigo certeza
Compromisso entre nós
Olhares possíveis,beijos flamejantes
Corpos unidos sob minha respiração
Consentimento atraído pelo retorno
Noites adentro em apartamento nosso
Descarto telefonemas prefiro e-mails
Perscruto detalhadamente
Permito-lhe um alguém
Desprezo o desdém
Bem no dizer fácil compreensão
Assentir com a tragédia
Modo inteligente de tratar a solidão.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vestido


Vestido branco
Salpicado de flores azuis
Cabelos compridos
Enrolados até o meio das costas
Violoncelo por escudo
Sério absorto em seu corpanzil coberto
Ela suave como primavera
Aguarda
Sua postura prediz convicção
Ainda que destino incerto seja
Poderá trocar sonho de musicista
E abraçar as artes cênicas
Se essa pseudo firmeza for apenas estratégia
Iria com ela
Se convite fosse estendido
Enquanto a sorte não chega
Me alimento de flores azuis.

sábado, 30 de agosto de 2008

Procura


Reapaixonar
Pensei estar livre deste fenômeno
Peço redenção procuro distrair
Destravar o coração
Conversas desconexas passeios desregrados
Shopping's,praças,avenidas e metrô
Volto a peça principal
Descomunal protagonista pérfida
Em teus olhos procuro a sapiência
Sou forte contigo,perceba
Aceito o desabafo noturno
O lamentar da união
Ache em mim além de um irmão
Sinta a cura em meu hálito
Veja a beleza de nossos corpos
Una-se ao homem de frente pra ti
Incapaz de ver?
Busco óculos,chego mais perto
Destrata-me então
Corte este mal,dê fim
Deixei perguntas caírem
Roupas idem
Banho demorado
Que se escoe tu de mim

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nazistas


Auschwitz
Declaro meu amor a ti
Desejo desperto de beijar lábios rasos do führer
Colar em minha braguilha adorável suástica
Gritar"heil Hittler" aos idiotas que passam
Auschwitz tenho paixão por sua fraqueza
Gargalho de tua prepotência
Cuspo na canção tão preconceituosa quanto este olhar despido
Minha liberdade esbofeteia e faço por prazer
O viver incomoda-te
Cada manhã que nasce concedo perdão
Pedaço do céu aqui
Minha Canaã se eleva
Horror sofrido nunca esquecido,continuamos
Soco na bôca do estômago,prosperidade na caminhada
Travamos batalha pela felicidade
Inocentes rezam por ti
Esfaqueamos teu ego.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Solo


Retrai qualquer sentimento em relação a esta mulher
Destrui provas sutis de um amor inflamado
Por vezes drogado
Inconstante e apavorado debruço sobre aliança e pensamentos
Nada que retome,nada que retorne,nada desfaz o arquétipo apaixonado
Suor nas mãos,voz desaparecida,taquicardia presente
Uivo em madrugadas como lobo a caça
Taças vazias mais uma desgraça
Televisão ligada madrugada se foi
Nenhum livro atrai,música alguma acalma
Acalanto pode ser ver-te
Tristeza é não acompanha-la
Interessante,como pôde acabar assim?
Uma palavra apenas eis aí o fim
Fim dado por ela
Sentença lograda sem direito a apelo
Pelo que sei Suzanne Richthofen teve direito a apelação
Amantes não?
Somos todos colocados a parte dessa inteireza da lei
Regi-as você
Cabedal de dádivas ocultas
Presenteia-me com aprovação tua
Corta o mal em mim presente
Meu show não é solo
Minha música se completa com teu piano
Eu posso refazer o poema
Entretanto sem tu ao meu lado consigo apenas desengano.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Magnólias


Tradição desejo
Mas não a mortandade advinda da mesma
Quero o farfalhar de pés numa roda judaica
A fé redentora de pentecostais crentes
Imagino um arco colorido no céu
Trazendo a paz para aqui dentro do peito
Congelamento de práticas conduzidas por medo,desaprovo
Desprovido do poder de convencimento alheio
Travo batalha pela felicidade
Instinto que priva a instantaneidade
Coleto passagens alegres meu agradecimento cotidiano
Álbuns faço e por eles choro
Estou a ponto de fazer uma ària
Invento pontes pra ficar cada vez mais perto
Pulo cercas
Prisão palavra detestável em tão bela língua
O pensamento é o mesmo
Portas destrancadas,janelas escancaradas
Som de conversas sinceras
Brigas puídas deixo-as ali longe
Pra fora
Cheguei aqui de bermuda jeans,pólo branca,sandália de couro
Carteira semi-vazia,óculos escuros
Ofereço chimarrão e meus sentimentos
Minha dança e meus argumentos
Faço jardim
Planto magnólias pra ti

Benção


Pode até ser o infinito
Quem quiser pode conferir
O caminhar distraído revela contentamento
Soletra o nome da amada em ritmo de mantra
Religião adotada,amor e amar!
Eis a resposta pra qualquer pergunta
Conecta-se com o mundo naturalmente e diz:
"Sou teu em determinado tempo,sou meu longamente"
Dita regras a si e cumpre-as feliz
Músicas românticas embalam a noite
Cuícas e trombones o acordam
Samba rock corre no balançar de madeixas afro
Aveia,centeio e soja pra fortalecer o coração
Corrida e musculação,oração ao Deus dos Céus
Por mim clama,por ti reza
Troca o rancor pelo patê de pistache
Engata no jazz maluco e solta a voz
Imaginam ser ele um desvairado
Termina sua noite num pedido voraz:
"Ama-me a vida.Peço-te mais"


Para meu amigo Luís Wagner

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Razões


Por mais que se ache razões
E o incerto tome sua decisão por concreta
E nuvens esparsas por vezes espessas
Transformem o tudo em nada
Revigoro a fé em teu amplo mar
Apalpo tuas mãos frias e considero teu respirar
Ombro que ampara a tristeza em dias de terremoto
Aliança entre mão e consolo,ajuda a vestir meu nome
No muro acima observo entre escombros
Retirada de ti me faz pensar em morte
Sempre minha nunca tua
Ao vê-la deitada desfaleço em corrupta dor
Corra entre àrvores,floresça em teu destino
Brinque comigo
No final tudo tem começo
Prima Vera , primo pobre, arco-íris,cor de giz
Me sufoco em versos próprios
Buracos neles caio
Levanto quando consigo
Infeliz senhor de mim,despertou-me Alice
Perfeita embaixatriz

Lincoln Éder Lerner e Mauricio Bettini

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Subterfúgio


Silencio a dor do bom senso
Só conhece quem ama
Diga-me,o que faço?
Ensina-me o abecedário,olhar calendários
Tempo já aprendi a contar
Perdi noção de espaço
Nesse vazio lembranças desfaço
Remo em lago de sofreguidão
Labirinto escuro
Porão,raiz tudo que afunde
Balaustre um dia fora
Hoje fora de uso,falsidade desmedida
Apodreceu o que plantei
Colhi frutos de saudades outra vez
Âncoras,velas
Qual me leva?Qual me prende?
Discos espalhados...
Lamentos de Gardel,incompreensão de Elza,choro de Tom
Tropeços premeditados,crimes arquivados
Arame farpado armado no topo
Divisa de terras despejo de alguém
Entre ruas e esquinas,ninguém
Recordações maltratam retratos também
Desconfio de tudo,me envolvo em nada mastigo o embrulho
Revelo a discórdia
Revivo no grito ecos mais altos que eu
Sigo como se deve me apego ao apreço
Machucaduras e arranhões
Inerente ao processo.


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Era nova


Comparsa em trapassas absurdas
Colono acéfalo praticamente imortal
Ousado sapeco suspiro,deleite
Normalidade acusada de abuso
Conversão de pranto em alusão de amor
Ilusão conviver caído
Portas abertas pro invisível
Indiscutível escuridão apraz
Morbidez inveterada de religiosos
Praticamente incapazes de olharem-se
Reflexo inverte o desejo de redenção
Arquétipo quebrado pela magnífica humanidade
Nos reduz a um
Uma só pessoa,um só erro,um só pecado
Reviravolta na fé cega
Nascimento do velho,partida pro novo
Andróide de uma nova era
Ei-lo em frente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Isabel


Taciturno
Comparou-me a certo personagem de Macbeth
Interago sempre que posso
Sorrio pouco entretanto sincero sou
Sorrio ao ouvir La Fitzzgerald
E no canto desafinado de Isabel
Sábados pela manhã a ouço
Graves de mezzo-soprano destreinada
É de pura beleza sua secularidade
Pôr do sol de sexta feira,metamorfose acontece
Herança judaica
Jurei apaixonar-me menos
Mas a pele alva contrastando com fios ruivos de seus macios cabelos
Tomou um pouco mais que minha atenção
Melhor furto vivido
Complacente com fartas faltas
Doses de Franz Kafka,mornidão esquecida
Dois em um além da cama
Diverte-me ruiva Isabel
Meu silêncio por ela chama.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Palpites


Revisão de uma história mal contada
Conversas interrompidas
Vaga sensação de incomodo ao chegar perto
Respiração entrecortada,impaciência na conversa banal
Supermercado,família,inflação
Tempo foi pedido,espaço requerido,
Incomumente mentiu pra si
"O problema não é você"
Frase com gosto de adeus
Concreto abismo da memória,voltas e meias
Voltas inteiras
Achismo de homem queixoso
Cabal concretude cínica,relaxamento lúdico
Faltas e problemas múltiplos
Permito o erro só falta a prática

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Poetas


Contei nuvens e demais espaços nos céus
Tudo escuro
Sentido perdido falta claridade
Bússola regular
Breu incomoda o mais acomodado ermitão
Distanciamento frequente, passos ressoam
Em cada estalar de teus sapatos
Uma ponta de indiscrição sobressalta
Passará por onde?
Vais ao longe,vias ilegais
Irrestrito lugarejo confirma a certeza do começo
Amo-te mais que o ontem adormecido
Abro os olhos tácita esperança
Concordância entre poetas solitários
De Florbela Espanca a Drummond
Poetas declamam paixões incorretas
Dramas corriqueiros
Coqueiros contemplam sonetos completos
Versão atualizada natureza distorcida.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Auréola


A gente se acostuma a muito pouco
A gente se acomoda com vidinha
Salário mais ou menos
Respeito mais ou menos
Tudo mais ou menos
Pendendo pro pior
Educação meia boca tudo sobra
Obra de pais omissos
Trafêgo incongruente de cultura falha
Ditados trôpegos de homens distantes
Monólogos feitos na mesa de jantar
Zumbi,mais um,gentalha
Formigueiro de estúpidos
Quero a beleza,aplaudir o paraíso
Terráqueo de uma nova era
Igualdade não descaso
Purgatório de ignorantes aumentam a fila
INSS,INPS,filhos da puta
Fidelidade ao erro latente
Pregação podre de amantes decentes
Será?
Serei
Tributo de covarde:aceitação
Antepassado transformado em rei
Equilíbrio na consciência
Brinco de índio
Esperma lava erros anteriores
Derramo líquidos sem dedicatória
Frases cortadas pra não te aborrecer
Misturo tudo coloco numa forma
Aprendiz,infeliz
Mesma vidinha,mesmo defeitos
Sai inocência abruptamente chega a culpa
O que sou tem participação deles
E parcela proposital minha
Auréola suja
Putas santas em palácio limpo


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

Zunido


Insetos sobrevoam
Insetos param e rastejam
Borboletas são insetos
Eu as odeio
Batem no vidro da janela
Pensam que por serem educadas
As deixarei entrar
Insetos nojentos
Comem a plantação
E obrigam-me a comer agrotóxicos
Tentaram falar sobre cadeia alimentar
Entendi tudo
Só levantei e saí
Quando começaram a falar deles
Insetos
Defenderam a existência do famigerado
Tenho crises ao ver um
Certo dia no ponto de ônibus
Um destes zuniu no meu ouvido
Por três vezes
Fui atrás dele
Me atirei na frente dos carros
Corri de boca aberta como se fosse engoli-lo
Certeza não tenho se era o mesmo
Mas matei,se não ele
Um dos familiares
Houve quem me chamasse de louco
Loucura é coisa de insetos
Como podem dormir o dia todo e a noite atormentar sono de trabalhadores?
Se zunir no meu ouvido outra vez
Não penso novamente
Vou prendê-lo e afoga-lo no meu sangue
Loucura coisa de inseto.

Feitura


Criticam-me por ser meloso
Poesias ruins verborragia de um corno
Criticam e dizem que não foi por mal
Foi sem querer
Rir do pateta que sofre
Poeta um dia pode ser
Desencano rápido pois a lógica deles
Trilha irreparáveis caminhos
Tudo é passado
Querem revolução no presente
Planejam ser o futuro do futuro
Escorregam na vaidade
Se atrapalham na gentileza
Abraço minhas antiguidades
Baratas e próprias antebraço quente
Amparo pra enxaqueca instalada
Se faço poesias
Reparo nas beatitudes e queixas
Se faço poesia,espero
Incerto destino que chega
Avisto pagamentos de compras
Relógios e pulseiras de prata
Lata artigo de luxo
Na favela de minha empregada
Canta forte seus sambas
Bolero um dia ouvi
Se faço poesia ofereço
Cansada começa a dormir
Ontem fui a pé pela rua
Noite escura,àrvores feias,frio cortante
Cumprimentos esquecidos
Rápidos automóveis e infelizes fast food's
Se faço poesia,descanso
Distribuo abraços,bem quero o tolo.

Surpresa


É errado gostar?
Sempre mais e nunca menos
À vejo em cartões postais
Anúncios políticos e revistas odontológicas
Na xícara do meu café
Descafeínado aprendi
Trafico fotos com ex-cunhado
Só pra dormir bem perto
Aprendo receitas de doces insuportáveis
Caso tiver volta
Mimá-la com bobeirinhas em calda
Acaso,companheiro de anos
Faça supresa a mim
Novidade programada
Suspiro
Reprise noturna diária
Àrias de tenor roco
Peço estátua dela
Sei que sofrer é besteira
Mas sinto agulhadas
Descrevo
Fincadas frias de fina estaca
Vale a lágrima
Destampo a jarra,suco natural
Xiliques e avisos
Falta sinto
Definho olhando a chama
Canja no jantar
Sem bar e sem piano.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Matança


Um cadáver me espera
Toda manhã
Maio,Agosto ou Setembro
Dias,horas mal prevê
Orienta-se pouco pelo tempo
Cadáver me espera
Misturado a molhos e macarrão
Na fervura
Lenha,gás e carvão
Me espera
Atento a miscelânia
Lentilhas,ervilhas,lajotas e pedras
Cheiro que sobe
Abobrinha,retalho,berinjela,salção
Procuram disfarçar rouxidão no prato
Tudo piegas
Cozimento denuncia violência praticada
Recai pensamento de dor
Quanto gritou,gemeu,implorou
É igual a do pescador,marreco,moleque
Cadáver me espera pela manhã
Recuso o inanimado
Paquero maçãs.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Seja flor


Abaixo a cabeça
Para o que não mereçe atenção
Tô vendido qual bananas em feira
Mas revido
Sublinho a fúria
Rabisco futuras ambições
Perscruto a razão,tudo nublado
Traço rotas de fuga
Inimigos
Cancioneiro solitário,torturante devaneio
Perguntas e respostas confundem o trajeto
Mas sigo,no desbunde da cidade e do caos
Nunca pego a esquerda por opção
Bandeira 2 pro destino
Loto meu táxi com fumantes sem distração
Próxima prostituta na avenida passageira será
Ela finge,eu acredito,dinheiro traz prazer.
Fartas ideías de poder,acendo um baseado
Fim de noite
Disfarço tristezas vou dormir
Outro dia tédio persegue
Troco o tudo pelo nada,nada de retornar,nada que me faça respirar
Dívidas sufocam,tumor confeccionado por cigarros meus
Se ao menos não doesse
Lembranças socam duramente e gritam
"Culpado sois"
Tombado ao chão,sangro
Queda maior que nossa distância
Dói,aflito espírito pede contas
Expurgo a mim,contrastes aí
Tudo sou eu,não me separo
Sem escolhas só o impulso
Mais um cigarro
Pés soltos não tocam o chão
Sobrevivo
Eternidade começa ao aceitar consequências
Então que seja,que siga em dor
Seja a flor
Não seus espinhos


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

Princesa


Pequena e encantadora
Misto de arrojo e bem estar
A par de seus desejos e instintos
Sufocava o praguejar
Nutre-se de boas lembranças
Solta no ar delicadas opiniões
Desenha pinha com dedos infantis
Artista de alma,senhora de si
Nota-se a beleza
Focada em fazer correto
Cuida de si e dos outros
Cuidado planejado nada que cause espanto
Ou atraso
Refreia-se em propostas ambíguas
Anarquista de nascença
Realeza natural
Fosse rainha abdicava
Governa seu destino numa metáfora
Amizade é carinho,amores plataforma


Pra amiga de todos os momentos e manhãs.que tem me feito ver a beleza da vida na simplicidade precisa,Suelen Morgado!!!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Inveja


Consigo notas agudas
Não lembro qual motivo
Comprei-o
Instrumento chato,demorado,enrolador
Caderno de música refrescou memória
Lembrei de fato
Li uma matéria em jornal de conceito
Retratando protestantes brasileiros
Consumidores da excelente música clássica
Inveja me tomou
Não apenas admiração
Fiz pirraça,comprei meu instrumento
Trompete,o escolhido, quase ninguém deseja
A maioria quer saxofone
Bobos moldados por filmes americanos
Gosto da arte pela arte
Analisei propostas de pagamento
Financiei em parcelas
Chorava a cada mês,porém resoluto estava
Escolhida igreja que iria me ensinar
Modorrento professor
Simpático,educado
Mas lento por demais
Parcela miníma não cobrada
Aluno único
"Aulas gratuitas são dessa forma"
Procurei crer
Instrumento pago,aulas deixadas
Olho pra ele com desprezo
Sempre ali na minha cadeira de balanço
Ao lado da minha cama
Anteriormente eu lia sentado nessa cadeira
Hoje um trompete ali estirado
Odeio seu modo inquisidor.

Segredos


Sexo oral é sexo?
Recepção de hospital
É ótimo pela madrugada
Vou visitar mais vezes
Língua em lábios maiores
Gemidos altos
Não via alguém enlouquecer
Fazia um tempo
Aquela loucura boa
Só os que trepam conhecem
Mas eu trepei mesmo?
Qual a diferença entre trepar e trepar?
Consegui pela inteligência
Sou grato por tê-la
Fui direto,papo reto
O avanço da idade traz essa ligeireza
Tu curte assim?Rápido?
Com desejo encarnado disse:
"Meu supervisor,pode chegar"
Aliança dourada gritante,apenas enfeite
Garanhão sul americano
Com palavras nada convincentes
Disse:"olha se quiser te dou umas idéias"
Não fui ouvido
Tudo conforme ela quis
Ideal, lugarzinho apertado
Comumente luz acesa
Tremor de pernas,pedidos de calma
Com aquele sorriso de alegria inacabável
Enfim o licor
Embriaguez de prazer
Conferimos novamente
Recepção vazia
Aceno de velhos amigos
Madrugada tem seus segredos

domingo, 20 de julho de 2008

Perseguidor



Fazem companhia
As palavras
Boas ou más aceito-as
Dizem coisas tão afáveis
E mesmo quando grosseiras
Ensinam
Ando sem inspiração pra viver
Caio em buracos de solidão
Confidencio as nuvens meu ódio
Insegurança por conselheira
Senti medo ao atravessar a rua
Sou um homem diferente
Espelho reproduz alguém bonito
Rosto forte,olhar vivo,chocante aspecto
Sentimentos se refletem aonde?
Quero vê-los,tocá-los,troca-los por vezes
Por segundos perco a certeza do meu ser
Mergulho em questionamentos
Avaliações precárias
Involuntário perseguidor de mim
Vou na vitrine mais próxima
Consigo ali mentiras de vendedora desesperada
Ego dá voltas em Júpiter
No retorno percebo que comprei em demasia
Fiz feliz jovem moça
Sentimentos piedosos longe estão
Falta-me algo
Vou rezar.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Carta


Sondo o mais profundo abismo
Sem pavor algum
Importante é descoberta
Seja do passado ou presente
Ausente é agente do mal
Quero fugir do perigo
Sozinho enxergo melhor
Minhas idéias,meus amores invejam
Morrem as flores
Minas terrestres,engenhos
Pólos aquáticos,atos,àtomos
Funil da história
Conta-me tudo desencadeia a flora
Fingimento caquético
Os fetos me afetam
Sou alvo em linha reta
Seta em curva vinda em direção
Eu feito ampulheta
Marco o tempo que se limita
Deserto de dores,canções secretas
Fico e não tardo digo palavras pardas
Sei colorir pouco
Versos vasculham o coração
Rascunhos de cartas,programas de televisão
Minutos de sabedoria,leio
Mais nada vira poesia
Prefiro biscoitos da sorte
Profanam versão do acaso
Em cada fio de cabelo perdido
Um breve adeus
Meus anos foram a te esperar
Não viestes
Necessidade de um homem
Casei-me com outra
Sou poço seu moço...imagine quanto der
Rancor de olhares
Tenho coragem só me falta otimismo
Noites e manhãs nossas apenas
Ao cair da tarde hora maltrata
Avistava outra mulher na sala
Só neste momento tu me deixava
São cartas,retratos,sempre felizes
Perfeita maquiagem
Nós a seco sorriso forçado
Manhãs frias
Tardes ingratas aqui ou em Salvador
Ache-se em Santa Catarina,Arpoador
Perdôo teu olhar de insône
Em ti há desejo de fogo
Chama de vida
Em mim... paz terna,sala vazia
Só eu e as coisas que você não quis
Ou as coisas com quem você não quis
Por fim me deixaste antes de espirito
Hoje de fato
Vou a estação de trem vez por outra
Adentro madrugadas ali
Nervoso como padre em sermão dominical
Declaro a Deus frases feitas,apêlo ao retorno
Marina
Canto ao sol,espanto a lua
Volte hoje não me deixe
Virgem santa,pobre menina
Termino essas mal traçadas linhas
Desejando-lhe sorte
Coisa rara hoje em dia
Saudade,lembrança,arrependimento e dor
Foi o que tu deixou
Levou contigo o teu melhor
Por consequência o melhor de mim também se foi
Você.



Lincoln Éder Lerner e Mauricio Bettini

Justiça



Rapidamente corrijo
Formalizar o erro é bobagem
Bagagem extra nas costas
Falta pecados
Culpa transtorno imperfeito
Correto é sofrer junto
Amargurar o outro no olhar
Cobras e cobranças soltas ao redor
É dele,por ele e pra ele essas intrigas
Ataque de nervos,surto psicótico
Ambulância,enfermeiros,remédios
Controla-se
Intressada na partilha
Estraçalha vidraças anuncia o pedido
Perdido me sinto
Júri maldito
Atriz perfeita em tribunal
Leva de mim
Filhos,finanças,apartamento
Reencarnação creio e peço
Noutra vida mulher serei
Casarei,brigarei,separarei
E levarei tudo menos os filhos
Deixo pra ele lembrança eterna
Apesar que,aguentar
Marido mal humorado,sexo rápido
Empregadas que vem e vão,supermercado
Assobios sem charme
Infidelidade de ambos
Paciência com amante próprio
E com a do cônjugue
Desisto
Não quero encarnação alguma
Vou recorrer ao juiz
Ela merece aumento.

Mais uma dose


Preciso de arma
Botar em pratica tudo que penso
A esmo ou com endereço
Dentro de mim vários eus
Outra noite sem sonho
Sono de dá estar perto
Embora construção imperfeita fosse
Desde o início
Permiti crer em mudança repentina
Homem da Terra,visitante de Varginha
Meu equilíbrio por um fio
Deparo com plantas,planaltos
Variedade em baixa
Estupidez contagiosa não ande sozinha
Contaram nossa história sem participação ativa.
Onde estavamos?
Agarrados ignorando feridas?
Fumando haxixe?
Duas pedras de gelo no uísque
Magnólia nos conte
Arte abstrata,mente distorcida
Qual era mesmo a bebida?
Defeito humano,comportamento anti-fundamental
Tantos corpos,muitas estradas,tantos porcos
E eu não controlo mágoa
Que me faz triste é a coroa,que me derrota é o assalto
Bairrista desdentado como eu
Esperando o inesperado´
Roubaram-nos tudo
Dedos,anéis e laços
Me faz homem uma migalha
E por fim mais um pouco de gim


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Frustração


Coisas da vida
Criança alegria,velhice preocupação
Complicado continuar o mesmo
Assumo o risco
Análises de outrem pouco importam
Suor quero ruas retas ou tortas
Como choram,como pecam
Como riem sem teor
Terror dos fracos,paixão que chega
Suave como sorriso de bebê
Mansos passos,olhos oblíquos
Frases incorretas e manipuladoras
Nem mereço mais aceito
Sei meus hinos
Algo mais dignos que decorar o que não entendo
Odeio palpites,quebro as regras
Afinal quem são elas?
Mães,professoras,tias
Réquiem monótono
Antes tivessem amantes
Texto por texto
Palavra por palavra
Me trazem pro mundo.

Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

Símbolos


Moscas me rodeiam
Ainda respiro
Enxergo passagens
Pairagens longínquas montanhas além-mar
Cavo minha cova,me escondo
Ergo bandeiras
Torço por Deus,adoro seus anjos
Flerto com demônios
Vírgulas são dúvidas
Alcorão,Caballa,Menorá tudo em vão
Controle de um homem
Fé no humano
Me afago entre pertences
Marasmo doído
Tempo vago prazo na rotina
Aqui nem frio nem calor,caos
Ânsia do inesperado
Contrato assinado com a eternidade
Murros,tapas,pontapés,planos,farpas
Tudo isso muda o quê?
Levo vantagem me apego no terço
Nem sei rezar
Achismo do sobrenatural
Tristeza e vontade de sumir
Ciganos procuro,ebó,acarajé tudo que venha dar pé
Repetidamente mais um dia
Insubordinação e suborno
Saio pra vida
Apreço ao indubitável.


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Maquiagem


Face arcada
Imaginário perfeito
Arrogância versus prepotência
Gatilho na ponta dos dedos
Verborragia de mafioso
Em riste para o mundo
Subsolo saída furtiva
Raiz quadrada do desespero
Me conta teus fetiches
Te faço de piada
Vida,túmulo,luz do fim do túnel
Costas marcadas
Depravada no tratar,famosa na expressão
Samba teu altar,aplica-se a ilusão
Aguça saliva e paladar
Fodida em meio a cacos de vidro
Constrói castelos,beija bandido.
A faz pensar,grasnar de algúem
Recorda sonetos de Belém
Fora do lugar como virgem
Irmã de puta
Feito morta levada por uma formiga
Ergue-se pra levar mais uma fodida.


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

Medida


Estava decidido
Mais um romance acabado
Flores não mais
Horários livres
Pensamentos também
Relaxamento tomou conta
Liberdade regressa
Qual o problema ?
Solução a palavra correta
Acordei pela manhã
Fui correr
Esporte desanuvia tensões
Banho depressa e rua
Vou me estressar no trânsito
São Paulo
Deveria ja estar acostumado
Garagem,elevador,trabalho
Horas extras,dinheiro
Mais trânsito em plena 00:00
Sanduíche magro no jantar
Colesterol nas alturas
Sentenciou o médico
Mais banho e cama
Fria cama
Relógio tic-tac habitual
Liberdade abro mão
Regras da união,me enquadro.

Século 21


Disseram-me um dia
Tu é preto
Confundiram-me com a cor de um lápis
Ressoa pelas ruas da cidade
Minha negritude bela cor
Povo afro batalha a dor
Refletido na favela
Musa de carnaval em fevereiro
Esquecida em Março
Faxineira de Abril
Fuzil tem brecha no mar de preconceito
Loiros altos,olhos claros
Carros novos,sangue corre
De Brasília ouve-se o decreto
Apartheid velado
Violência corre na cidade
Troca-se balas
Pena não serem aquelas açucaradas
Orifícios abertos no asfalto
Donos do motim
Estopim marginal
Misturam a distinção de um povo
Com a cor de um lápis
Rédeas curtas pra decência
Mais balas amargas descem do morro.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Reinante


Brincando de crer no futuro
Remo contudo
Mesmo mar tão escuro
Lucidez cega o jogo
Claridade limita
Trâmites,cangalhas sociais
Buzinas,palavrões
Desafinados cantores,atores cansados
Poetas sem brilho
Volto a brincar
Apago a luz e navego
Minha escuridão é melhor
Prefiro a identidade
De doendes,fadas azuis,dragões soltos
Chega de relatividade
Criatividade é meu canto
Conto de fadas te fazem ninar
Ao homem falta isso
Sonhos possíveis,dizeres abertos
Lençóis e livros
Malha rasgada,jarra de suco
Precipício do imaginário
E no final
Ao avistar luz colorida
Azul,laranja cores infindas
Rever o início.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Duo


Nenhum pensamento em mente
Pode ser escudo
Me faço de muitos
Invento mentiras
Listas e endereços sem dono
Língua oficial só minha
Lambuzo meu resto mortal
O vazio inflama,distância me mata
Para-raios do que vem de dentro
Consigo inverdades deles todos
Controle remoto é vício
Boquete,baguete,esfirras
Trallhas em travessa de ouro
Gozo sozinho e sem compromisso
Ópera ao egoísmo
Trato-me como relíquia
Pintura recém-descoberta de Salvador Dalí
Acolá creio numa chance.
Relógio marcando saudades
Renato nome de batismo
Iris nome de minh'alma
Escrevo meus contos e digo assim:
"Amores demais me fazem ruim"
Sorrio,soluço
Vomito amores que quis
Quero sempre e não a permuta das horas
Finaliza-se a intriga.Quero meu bem.Quero Karina
Agora esperando melhora.
Cura-me a vida ou mande-a embora.
        
Lincoln Éder Lerner e Mauricio Bettini

domingo, 13 de julho de 2008

Tempo


Afirmam que o tempo
É capaz de mudanças
Tenho percebido claramente
Sonho contigo
E nem percebo se acordo
És mágica mulher
Subtrai falas insensatas
Adiciona cor ao meu pequeno mundo
Dimensão maior se tornou com tua chegada
Peguei-me em lágrimas
Quando tua ausência chegou
Corri quilometros e milhas
Faço tudo pelo nosso amor
Pareço inválido
Sem teus braços a conduzir
Tempo te engano
Voltei a sorrir



Homenagem ao meu amigo Lucas Baesso o cara mais apaixonado pela sua musa que eu já conheci.

Histórias


Curvas
Me perco nestas
Acho-me em cavidades plenas
Apalpo com cuidado
Rigidez minha penetra
Gemidos esparsos
Nirvana atingido
Lambidas dadas,mordidas amigas
Te faço minha
Escravidão coisa do passado
Servos do desejo
Presente nosso
Acaricio teu sexo,dedos aprofundam-se
Exploro caverna bem adornada
Braguilha minha não quer fechar
Compomos uma transa
Pernas trançadas
Nossa história confunde-se