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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Subterfúgio


Silencio a dor do bom senso
Só conhece quem ama
Diga-me,o que faço?
Ensina-me o abecedário,olhar calendários
Tempo já aprendi a contar
Perdi noção de espaço
Nesse vazio lembranças desfaço
Remo em lago de sofreguidão
Labirinto escuro
Porão,raiz tudo que afunde
Balaustre um dia fora
Hoje fora de uso,falsidade desmedida
Apodreceu o que plantei
Colhi frutos de saudades outra vez
Âncoras,velas
Qual me leva?Qual me prende?
Discos espalhados...
Lamentos de Gardel,incompreensão de Elza,choro de Tom
Tropeços premeditados,crimes arquivados
Arame farpado armado no topo
Divisa de terras despejo de alguém
Entre ruas e esquinas,ninguém
Recordações maltratam retratos também
Desconfio de tudo,me envolvo em nada mastigo o embrulho
Revelo a discórdia
Revivo no grito ecos mais altos que eu
Sigo como se deve me apego ao apreço
Machucaduras e arranhões
Inerente ao processo.


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

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