Que a leitura te inspire.Que a vida te floresça.

Este é um caminho teu pra conhecimento nosso.Delicie-se!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Roça

Avisto rio turvo
Imperturbavel em seu caminho
Ouço o balançar de árvores alvoroçadas
No céu a chuva ensaia sua saída triunfal de cinzas nuvens
Percorro a pé a estrada de terra
Estranho como dizem alguns:estrada de terra
Ignorando as muitas pedras ali contidas
Estas que entram nas botas e incomodam pés reticentes
Respiro fundo
Irritados estes meus olhos virgens de vento que traz consigo toda e quaquer folhagem solta por este campo de meu Deus
Pingos grossos nas costas
A três passos uma pequena casa,varanda me acolhe
Família holandesa sorri
Há chá e bolo
O mato molhado se faz meu reino,minha cama a estrada
Esta família meio holandesa,meio brasileira meus vizinhos planetarios
Despeço me com gratidão
Sete quilômetros depois meu lar
 Reconheço,recomeço,reciclo,recomponho,reponho e pinto o abstrato da vida.

Alemão

A frente o belo
Em mim silêncio
Azuis teus olhos
Rugas tuas que perscruto,astuto,procuro histórias antigas
Lábios rasos,profunda covas em teu sorriso largo
Desvendo o mistério complacente que repousa em ti
Lhe digo pouco,ajo muito em teu corpo branco
Mordo
Atiro-me e reconheço a minha sorte
Ideias velhacos hoje póstumos
Soluço em teu peito aberto
Somos nós,introdução,epílogo,retrato

Estacionamento

Entre variadas Variant's,Volkswagen's e possiveis Fiat's
Possantes corpos,vejo, a se destacarem
Homens,mulheres e congêneres a se retorcerem
Lépidos,lívidos e despachados amantes,talvez amados
Cavalos alados a dar seus tortes
Há beijos,há risos,simulações e atritos
Tudo vejo,nada falo
Segue a vida:Olá,boa noite(boa tarde)
Outro carro.

Marília

Depois que se sente
Tremendo vazio infinita torrente
Sofreguidão em meio a vendaval,frio faz.O canto contralto triste
Atenua o frio companheiro
Contra o alto me pus a rezar:Ouve-me ó céus morada do D'us,a ti envio carta falada
Sei nem sempre confio
Tratarei sobre meu rogo:Enviaste nela presente de Julho
Apresentei gratidão,oferendas,perdão
Obtive apenas isso:Descompromisso
Omissão e castigo
Marília neste isolado novembro soturno
Subtraiu me

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Depois

Tenho aqui ficado
Movi o pé esquerdo um pouco para o centro
Voltarás é certo,ao menos acredito
Portanto permaneço
Se acaso a volta planejada não for
Mal algum fará,gosto da companhia das árvores
Assombro não há
Missão eremita pretendo,dia ou noite me são iguais
Essa falta da lembrança corrói,repentina despedida
Soubesse eu de tal propósito teu
Lânguidamente teria permitido o estalar de nossos lábios
Relaxadamente deslizaria em descompasso ardiloso dedos sobre nuca,cabelos,pescoço
Recalcado sexo despertaria,e de mais a mais,te faria dona/dono do prazer descabido
Sobrevoam pensamentos
Não há gorjeio encantador no pequeno pardal que pousa sorrateiro em meu ombro
Meu pé direito insinua certa similadirade com o vizinho
Nada entendo
Hoje seria dia propício ao choro convulsivo,frêmito de ira
Resignifico o sentimento
Dou me ao luxo de acompanhar pequeno pardal que me convida a passear por terras outras
Vou ao longe,vilarejos calmos,cisternas limpas,frutas esquecidas,velório de velho pajé,a tudo vejo
Cumprimento José,Oscar,Raimunda enquanto em voo curto um pouco a frente pardal me chama baixinho
Não canta
Observo o globo do mundo,roda-lo tem sido meu projeto futuro
O presente que hoje consta sem tua presença,tem sido refeito
Perfeito sorriso,indolor lembrança.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Da Morte,Ruben

Abristes tua boca,ó terra
Teus lábios engole hoje minha gente
Parte de meus sonhos maiores,minha carne
O tudo que hoje tenho
Riqueza não mais possuo
Sob terra repousa hoje meu arcanjo
A quem vi nascer,dorme
Tento desperta-lo em meus pesadelos recorrentes
Mas dorme,dorme Ruben
Um sorriso parece esboçar
Sou egoísta ao chorar?
Se Rúben sorri,não deveria tambem de estar contente eu?
Em turbilhão esta minha pobre mente
Ensaio a despedida,uma flor deixo em sua lápide
Duas,tres vezes ensaio,mas sempre volto
Impossível deixar Ruben sozinho
Já esta frio,estará ele com saudades?
Tão solar meu filho
Me pedia com constância:Pai vamos a praia?
Ah arcanjo tua voz firme de criañça sinto falta
Insistia em torcer para o time rival
Minha fé inabalavel de homem colorado cria que um dia viésses para esse lado bom
Corinthiano Ruben
O cemitério fechará sus portões,preicsam ir embora os funcionarios
A dor que me invade bem poderia ter hora de chegada e partida
No entanto em teu pai,ó Ruben ela fez morada
Por certo tais funcionarios beijaram seus filhos ao chegar em casa;e eu?
A quem beijarei?
De quem ouvirei histórias da escola?
Trocastes de endereço,não é verdade?
Um dia aconteceria...
Venho amanhã e não me atrasarei já que insistes em não voltar pra casa ao amanhecer contigo aqui estarei.
Continue a sorrir meu filho,teu pai hoje hora
Haveria de não ser assim?