Que a leitura te inspire.Que a vida te floresça.

Este é um caminho teu pra conhecimento nosso.Delicie-se!

sábado, 30 de agosto de 2008

Procura


Reapaixonar
Pensei estar livre deste fenômeno
Peço redenção procuro distrair
Destravar o coração
Conversas desconexas passeios desregrados
Shopping's,praças,avenidas e metrô
Volto a peça principal
Descomunal protagonista pérfida
Em teus olhos procuro a sapiência
Sou forte contigo,perceba
Aceito o desabafo noturno
O lamentar da união
Ache em mim além de um irmão
Sinta a cura em meu hálito
Veja a beleza de nossos corpos
Una-se ao homem de frente pra ti
Incapaz de ver?
Busco óculos,chego mais perto
Destrata-me então
Corte este mal,dê fim
Deixei perguntas caírem
Roupas idem
Banho demorado
Que se escoe tu de mim

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nazistas


Auschwitz
Declaro meu amor a ti
Desejo desperto de beijar lábios rasos do führer
Colar em minha braguilha adorável suástica
Gritar"heil Hittler" aos idiotas que passam
Auschwitz tenho paixão por sua fraqueza
Gargalho de tua prepotência
Cuspo na canção tão preconceituosa quanto este olhar despido
Minha liberdade esbofeteia e faço por prazer
O viver incomoda-te
Cada manhã que nasce concedo perdão
Pedaço do céu aqui
Minha Canaã se eleva
Horror sofrido nunca esquecido,continuamos
Soco na bôca do estômago,prosperidade na caminhada
Travamos batalha pela felicidade
Inocentes rezam por ti
Esfaqueamos teu ego.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Solo


Retrai qualquer sentimento em relação a esta mulher
Destrui provas sutis de um amor inflamado
Por vezes drogado
Inconstante e apavorado debruço sobre aliança e pensamentos
Nada que retome,nada que retorne,nada desfaz o arquétipo apaixonado
Suor nas mãos,voz desaparecida,taquicardia presente
Uivo em madrugadas como lobo a caça
Taças vazias mais uma desgraça
Televisão ligada madrugada se foi
Nenhum livro atrai,música alguma acalma
Acalanto pode ser ver-te
Tristeza é não acompanha-la
Interessante,como pôde acabar assim?
Uma palavra apenas eis aí o fim
Fim dado por ela
Sentença lograda sem direito a apelo
Pelo que sei Suzanne Richthofen teve direito a apelação
Amantes não?
Somos todos colocados a parte dessa inteireza da lei
Regi-as você
Cabedal de dádivas ocultas
Presenteia-me com aprovação tua
Corta o mal em mim presente
Meu show não é solo
Minha música se completa com teu piano
Eu posso refazer o poema
Entretanto sem tu ao meu lado consigo apenas desengano.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Magnólias


Tradição desejo
Mas não a mortandade advinda da mesma
Quero o farfalhar de pés numa roda judaica
A fé redentora de pentecostais crentes
Imagino um arco colorido no céu
Trazendo a paz para aqui dentro do peito
Congelamento de práticas conduzidas por medo,desaprovo
Desprovido do poder de convencimento alheio
Travo batalha pela felicidade
Instinto que priva a instantaneidade
Coleto passagens alegres meu agradecimento cotidiano
Álbuns faço e por eles choro
Estou a ponto de fazer uma ària
Invento pontes pra ficar cada vez mais perto
Pulo cercas
Prisão palavra detestável em tão bela língua
O pensamento é o mesmo
Portas destrancadas,janelas escancaradas
Som de conversas sinceras
Brigas puídas deixo-as ali longe
Pra fora
Cheguei aqui de bermuda jeans,pólo branca,sandália de couro
Carteira semi-vazia,óculos escuros
Ofereço chimarrão e meus sentimentos
Minha dança e meus argumentos
Faço jardim
Planto magnólias pra ti

Benção


Pode até ser o infinito
Quem quiser pode conferir
O caminhar distraído revela contentamento
Soletra o nome da amada em ritmo de mantra
Religião adotada,amor e amar!
Eis a resposta pra qualquer pergunta
Conecta-se com o mundo naturalmente e diz:
"Sou teu em determinado tempo,sou meu longamente"
Dita regras a si e cumpre-as feliz
Músicas românticas embalam a noite
Cuícas e trombones o acordam
Samba rock corre no balançar de madeixas afro
Aveia,centeio e soja pra fortalecer o coração
Corrida e musculação,oração ao Deus dos Céus
Por mim clama,por ti reza
Troca o rancor pelo patê de pistache
Engata no jazz maluco e solta a voz
Imaginam ser ele um desvairado
Termina sua noite num pedido voraz:
"Ama-me a vida.Peço-te mais"


Para meu amigo Luís Wagner

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Razões


Por mais que se ache razões
E o incerto tome sua decisão por concreta
E nuvens esparsas por vezes espessas
Transformem o tudo em nada
Revigoro a fé em teu amplo mar
Apalpo tuas mãos frias e considero teu respirar
Ombro que ampara a tristeza em dias de terremoto
Aliança entre mão e consolo,ajuda a vestir meu nome
No muro acima observo entre escombros
Retirada de ti me faz pensar em morte
Sempre minha nunca tua
Ao vê-la deitada desfaleço em corrupta dor
Corra entre àrvores,floresça em teu destino
Brinque comigo
No final tudo tem começo
Prima Vera , primo pobre, arco-íris,cor de giz
Me sufoco em versos próprios
Buracos neles caio
Levanto quando consigo
Infeliz senhor de mim,despertou-me Alice
Perfeita embaixatriz

Lincoln Éder Lerner e Mauricio Bettini

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Subterfúgio


Silencio a dor do bom senso
Só conhece quem ama
Diga-me,o que faço?
Ensina-me o abecedário,olhar calendários
Tempo já aprendi a contar
Perdi noção de espaço
Nesse vazio lembranças desfaço
Remo em lago de sofreguidão
Labirinto escuro
Porão,raiz tudo que afunde
Balaustre um dia fora
Hoje fora de uso,falsidade desmedida
Apodreceu o que plantei
Colhi frutos de saudades outra vez
Âncoras,velas
Qual me leva?Qual me prende?
Discos espalhados...
Lamentos de Gardel,incompreensão de Elza,choro de Tom
Tropeços premeditados,crimes arquivados
Arame farpado armado no topo
Divisa de terras despejo de alguém
Entre ruas e esquinas,ninguém
Recordações maltratam retratos também
Desconfio de tudo,me envolvo em nada mastigo o embrulho
Revelo a discórdia
Revivo no grito ecos mais altos que eu
Sigo como se deve me apego ao apreço
Machucaduras e arranhões
Inerente ao processo.


Mauricio Bettini e Lincoln Éder Lerner

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Era nova


Comparsa em trapassas absurdas
Colono acéfalo praticamente imortal
Ousado sapeco suspiro,deleite
Normalidade acusada de abuso
Conversão de pranto em alusão de amor
Ilusão conviver caído
Portas abertas pro invisível
Indiscutível escuridão apraz
Morbidez inveterada de religiosos
Praticamente incapazes de olharem-se
Reflexo inverte o desejo de redenção
Arquétipo quebrado pela magnífica humanidade
Nos reduz a um
Uma só pessoa,um só erro,um só pecado
Reviravolta na fé cega
Nascimento do velho,partida pro novo
Andróide de uma nova era
Ei-lo em frente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Isabel


Taciturno
Comparou-me a certo personagem de Macbeth
Interago sempre que posso
Sorrio pouco entretanto sincero sou
Sorrio ao ouvir La Fitzzgerald
E no canto desafinado de Isabel
Sábados pela manhã a ouço
Graves de mezzo-soprano destreinada
É de pura beleza sua secularidade
Pôr do sol de sexta feira,metamorfose acontece
Herança judaica
Jurei apaixonar-me menos
Mas a pele alva contrastando com fios ruivos de seus macios cabelos
Tomou um pouco mais que minha atenção
Melhor furto vivido
Complacente com fartas faltas
Doses de Franz Kafka,mornidão esquecida
Dois em um além da cama
Diverte-me ruiva Isabel
Meu silêncio por ela chama.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Palpites


Revisão de uma história mal contada
Conversas interrompidas
Vaga sensação de incomodo ao chegar perto
Respiração entrecortada,impaciência na conversa banal
Supermercado,família,inflação
Tempo foi pedido,espaço requerido,
Incomumente mentiu pra si
"O problema não é você"
Frase com gosto de adeus
Concreto abismo da memória,voltas e meias
Voltas inteiras
Achismo de homem queixoso
Cabal concretude cínica,relaxamento lúdico
Faltas e problemas múltiplos
Permito o erro só falta a prática

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Poetas


Contei nuvens e demais espaços nos céus
Tudo escuro
Sentido perdido falta claridade
Bússola regular
Breu incomoda o mais acomodado ermitão
Distanciamento frequente, passos ressoam
Em cada estalar de teus sapatos
Uma ponta de indiscrição sobressalta
Passará por onde?
Vais ao longe,vias ilegais
Irrestrito lugarejo confirma a certeza do começo
Amo-te mais que o ontem adormecido
Abro os olhos tácita esperança
Concordância entre poetas solitários
De Florbela Espanca a Drummond
Poetas declamam paixões incorretas
Dramas corriqueiros
Coqueiros contemplam sonetos completos
Versão atualizada natureza distorcida.